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A gastronomia, comummente desvalorizada na sua riqueza histórica,é, na verdade, a mais essencial expressão do ethos de um povo. O pão de cada dia, produto direto do suor e trabalho das gentes, é o direto corolário de séculos de modos de estar, de ser, e viver. 

Para o nosso caso, devemos primeiro observar Santarém de onde nasceu – a antiga alcáçova. Aqui se percebe que Santarém é um rasgado horizonte de terras e águas: é o olival que lança raízes na terra do bairro, é o toiro bravo que pasta no campo, o cavalo que é desbastado no picadeiro, a vinha que é vindimada, o solo que é amanhado, e é o rio, o sempre presente Tejo, que alimenta tudo à sua passagem.

Compreende-se, pois, que a sua gastronomia está diretamente ligada à sua geografia. A intemporalidade da terra imortaliza os pratos que daqui brotam, e as gentes, na sua criatividade e engenho, compõe pratos – autênticos portais para tempos humildes, de trabalho e subsistência.

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A história dos Pampilhos não se alonga tanto quanto a de outros doces conventuais centenários, não obstante, lograram relevância na tradição local por diretamente brindarem aos costumes que esta regido do pais oferece.

Este pequeno bolo foi concebido em homenagem ao homem do Ribatejo, mais concretamente do campino que na Leziria guarda os toiros. Foi já na década de 70 que a Pastelara Bijou fez nascer o pampilho. Um bolo de fácil fabrico que pretendia homenagear o campino, figura carismática ribatejana que conduz o gado com o seu inseparável pampilho, o nome que se dá à vara comprida com que dirige os animais no campo e cujo formato, este bolo, procura imitar.

Compreende-se, pois a meteórica ascensão do doce, porquanto homenageia as gentes ribatejanas ligadas aos mais conhecidos ex-libris do Ribatejo: o touro e o cavalo.

Se Portugal assim o é, vinhos, assim também é o Ribatejo.

O Ribatejo, verdejante prado e terreno agrícola de se perder de vista, produz desde tempos ancestrais, vinho. Registos históricos que remontam há 4000 anos, mostram que a região era já usada para plantações de vinhos pelos Tartessos. E, já susodito, como a identidade portuguesa também se faz do vinho, existem igualmente referências do tempo da dinastia fundante da nossa nacionalidade.

Atualmente é o enoturismo que se dedica à produção de vinhos , com grandes campos dedicados ao cultivo da vinha, verificável pelo grande número de herdades que, há diversas gerações, se dedicam a esta prática anciã.

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Com um clima perfeito para a produção de azeite, Portugal é autossuficiente neste produto desde 2014.

Os grandes campos agrículas permitem que as gentes de Santarém se dediquem à olivicultura contribuído para crescimento desta atividade. Esta é uma prática agrícola cheia de tradição que tem tido uma grande expansão em território nacional.

Se a gula é pecado mortal, comer gulosamente os Arrepiados de Almoster não lhe condenará a alma. Assim o é, porquanto estes nasceram das mãos das monjas Bernardas do Convento de Santa Maria.

Apesar desta Ordem de Cister ter sido suprimida em 1834, com a extinção das ordens religiosas em Portugal, «graças a Deus» – é caso para dizer – os arrepiados não foram esquecidos pelo tempo. Contudo, o tempo fez questão de esquecer o nome da monja ou monjas que conceberam tal receita, conhecendo-se apenas uma velha história de Almoster. Conta a história que, a respeito de doçaria, a rivalidade entre as freiras de Santa Clara e as Bernardas era tão grande que um dia uma Monja Bernarda, ao ouvir que iam ser visitadas por um alto dignitário eclesiástico, exclamou: «Vou fazer um doce tão bom que eles até se arrepiam!». Terá, deste modo, provindo desta promessa (cumprida) o nome do doce conventual. Se a história tem algum fundamento, é impossível comprová-lo, mas quem comer arrepiados, arrepiados ficaram com a qualidade e o paladar destes bolos.

Inicialmente eram distribuídos na romaria de São Bernardo, mas eram tão aprecia-dos por não serem exageradamente doces que a sua receita se encontra hoje bastante divulgada. São incluídos tradicionalmente nas sobremesas do Festival Nacional de Gastronomia e figuram nos roteiros turísticos da Região de Turismo do Ribatejo.

Uma das principais referências da doçaria escalabitana, trata-se de um bolo de feitura simples, para aproveitamento das claras dos ovos cujas gemas terão entrado na confeção de outros doces.

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Esta sopa tem a sua origem na cozinha tradicional das populações “Avieiras”, gente que se instalou nas zonas ribeirinhas ao longo do Tejo onde criou raízes culturais que perduram até hoje e que tinha no Rio a sua principal fonte de recursos. Da fataça, do barbo, do sável, da enguia e do camarão, os avieiros faziam a sua parca riqueza, comiam o que o rio dava confecionando pobres pratos, hoje iguarias, que enchem de orgulho as mesas Scalabitanas. Pode-se obter esta sopa de uma só ou várias espécies de peixe do rio, sendo os restantes ingredientes de origem agrícola e tradicionais da lezíria do Tejo: Cebola, Alho, Louro, Tomate Maduro, Salsa, Coentros e Malagueta.

Trata-se de obter uma base onde é introduzido o peixe desfiado mas depois de cozido e limpo, de peles e espinhas, acrescentando-se a esta base a água de coser o peixe que for considerada necessária.

 

Uma vez pronta, esta sopa, leva umas tiras finas de pão torrado que normalmente é um aproveitamento de pão endurecido.

A origem destes pequenos bolos é achada no Convento de Santa Clara de Santarém, fundado no ano de 1259 e ao qual está ligado o nome de D. Afonso III.

Segundo a lenda, a receita terá vindo do céu, oferecida por anjos, que deram às monias como recompensa pela sua fé.

Estas criaturas celestiais terão, pois, motivado o nome escolhido para o doce.

Durante anos, as monjas Clarissas mantiveram em segredo a sua receita, à base de miolo de amêndoa, ovos, e açúcar pilé, com uma proteção de papel de obreia.

Porém, há cerca de cem anos, Ajax Augusto da Silva Rato, proprietário de uma mercearia, conseguiu adquirir a receita, e, por seu intermédio, assim se iniciou a divulgação e comercialização desta especialidade conventual. Não tardou para que as Celestes de Santa Clara conquistassem brado. No entretanto, adquirida a fama, outros estabelecimentos da cidade conseguiram também a tão cobiçada receita, lançando-se, sem tardar, ao seu fabrico. Assim, estes maravilhosos doces tornaram-se famosos e passaram a ser uma das imagens de marca da cidade de Santarém.

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O magusto, não devendo ser equivocado pela festa popular, é o nome dado a um prato regional e tradicional das zonas rurais do Ribatejo. Característico da inópia do Portugal rural, o prato nasceu da necessidade de uma refeição rápida e económica.

Deste modo, eram aproveitados os restos de outros pratos, como couves, batatas cozidas, feijão cozido, e sobras de pão. Deste inventivo mistifório despontam umas migas verdes bem apaladadas.

Naturalmente, recordando a geografia do Ribatejo, estas servem-se, tradicionalmente, com bacalhau assado na brasa, peixe frito, carapaus ou petingas. Hodiernamente, aliando esta expressão do ser escalabitano ao modo de viver contemporâneo, as migas podem ser acompanhadas com outros pratos, entre os quais, por exemplo, o entrecosto frito, a fritada de porco, os filetes de pescada, os pastéis de bacalhau, o coelho frito, os rojões, ou polvo à lagareiro.

Imbuída na tradição tauromáquica ribatejana, a gastronomia escalabitana articula-se umbilicalmente com a tradição que a acolhe.

Nesta inseparável relação, não será de espantar o quão comum é a confeção de carnes provenientes de animais bravos nesta zona do país. O que os torna especiais prende-se com o facto de serem criados em regime extensivo, isto é, vivem livremente na natureza, com um maneio que não comporta na sua alimentação fatores de rápido crescimento, apresentando, pois, um grão muscular fino e delicado. Por esta razão, a carne, devidamente maturada, quando sujeita às manipulações culinárias, exibe um aroma e sabor de excelência (Pereira, Gonçalvez e Malhó, 2014: 95).

Um dos mais paradigmáticos pratos ribatejanos, provenientes da então carne brava, é o naco de toiro bravo avinhado, ou, simplesmente, naco de boi. Na sua confeção tradicional, como manda a sabedoria ancestral, cobrem-se de vinho tinto os nacos temperados com sal e pimenta por 24 horas. Entretanto, é feito um refogado com azeite e alho picado, cebola em quartos, folha de louro, cenoura às rodelas, e um pouco mais de vinho tinto. Ulteriormente, são adicionados ao refogado tomates cortados em pequenos cubos e um ramo de salsa. Desta feita, juntam-se a carne e a marinada, temperando-se prontamente com piripiri. Depois de estufadas, e, se necessário, acrescentando-se um pouco de sal, o molho deve ser triturado num passador. Estando a escalabitana iguaria pronta a servir, resta empratá-la e regá-la com o molho. Bom proveito.

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Em virtude da sua localização privilegiada, no coração da lezíria ribatejana, uma paisagem cultural associada ao vale do Rio Tejo, em Santarém a agricultura desenvolveu-se ao longo dos séculos, sendo esta globalmente conhecida pela sua fertilidade. Deste modo, Santarém entreposto agrícola e comercial, associado a feiras seculares, teve uma ligação ancestral à alimentação e à gastronomia.

Em 1981, um grupo diversificado de agentes culturais promoveu com o apoio do Município de Santarém, o primeiro Festival Nacional de Gastronomia de Santarém, o qual procurou promover a gastronomia tradicional regional portuguesa e fomentar a oferta turística qualificada no interior do país. 

A Santarém acorreram os melhores restaurantes e tasquinhas de cada região, escolhendo nos seus cardápios as especialidades tradicionais regionais, muitas vezes em concursos e iniciativas locais e regionais.

Sendo o local onde se realiza o mais antigo festival gastronómico português, Santarém agrega um conjunto de tradições gastronómicas, e consequentemente o sem número de estabelecimentos que oferecem o melhor da gastronomia escalabitana.

Através do Guia Gastronómico de Santarém fique a conhecer onde pode provar as melhores iguarias e petiscos da região.

Caso tenha alguma dúvida. Não hesite em falar connosco.  

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